Tenho uma história para vos contar, hoje que é
Dia da Liberdade
e que festejamos o 25 de Abril de 1974.
Estive a falar com a minha avó Mimi e ela contou-me que, antes do 25 de Abril,
as escolas não eram mistas, quer dizer, havia escolas para rapazes e escolas para raparigas. E que as raparigas tinham de usar bata e eram
proibidas as mini-saias.
E que os rapazes, se iam esperar à porta da escola, por exemplo, uma irmã, ou uma namorada, eram corridos pelos contínuos, ou pelos polícias.
E que o meu pai uma vez teve uma falta de castigo porque o profe o apanhou a bocejar numa aula (esqueceu-se de disfarçar).
E que uma mulher, a minha mãe, por exemplo, só podia ir a Espanha sozinha se o meu pai, no caso de ser casada, ou o pai dela, no caso de ser solteira, assinasse uma autorização.
E que os rapazes, a partir dos 17 anos, só a muito custo e com muitos pedidos, podiam sair para o estrangeiro, nem que fosse ali ao lado a Espanha, porque a ditadura que cá havia tinha medo que eles fugissem por exemplo para França, para não irem à tropa e à guerra em África.
E que, eu esta custa-me mesmo a acreditar, era proibido beber Coca Cola, passe a publicidade.
E que tinham de ouvir certos discos muito baixinho, porque havia vizinhos que iam contar à polícia e ia tudo preso. Por ouvir uma música? Por ouvir uma música, ou ler certos livros...
Uff! Só me apetece dar vivas ao 25 de Abril! Do que o pessoal se livrou, já pensaram?
Bom feriado. - Divirtam-se.
viva a liberdade!